Mudança e transformação social
Não existem sociedades sem mudanças. Às vezes não percebemos as alterações, mas elas acontecem a todo o momento, em toda parte. As transformações nem sempre são percebidas de imediato pelas pessoas, pois acontece lentamente. A sociologia nasceu da crise provocada peça desagregação do sistema feudal e pelo surgimento do capitalismo. As transformações decorrentes desse processo abalaram todos os setores da sociedade européia e depois atingiram a maior parte do mundo. Muitos autores se esforçaram para entender o que estava acorrendo.
As mudanças sociais para os clássicos da sociologia.
Como a Sociologia é o fruto de mudanças sociais, um de seus pontos forte é a discussão sobre as transformações e crises nas diversas sociedades. No século XIX uma das idéias que orientava as discussões era a de progresso.
Auguste comte:
Um dos pensadores do século XIX. Foi um dos que mais influenciou o pensamento social posterior. Desde cedo rompeu com a tradição familiar, monarquista e católica, tornou-se republicano, adotando as idéias liberais e passou a desenvolver uma atividade política e literária que lhe permitiu elaborar uma proposta para resolver os problemas da sociedade de sua época. Comte se preocupou fundamentalmente com a organização da nova sociedade que estava em ebulição e em grandes confusões.
Comte acreditava que a mudança social estava situada na mente, na qualidade e quantidade de conhecimentos sobre as sociedades. Com base nisso, ele afirmou que a humanidade percorreu três estágios no processo de evolução do Primeiro estagio - Teológico: As pessoas atribuíam a entidades e forças sobrenaturais as responsabilidades pelos acontecimentos.
Segundo estagio – Metafísico: Surgiu quando as entidades sobrenaturais foram substituídas por idéias e causas abstratas e, portanto racionais. Seria o momento da filosofia.
Terceiro estagio – Positivo: Corresponde à era da ciência e da industrialização. Seria o momento da sociologia.
Esse último estágio foi ampliado porque a ciência tem desenvolvimento continuo, sempre em busca de mais conhecimento.
Em termos sociológicos, Comte dividiu seu sistema em dois campos: o estático e o dinâmico (ordem e progresso). Toda mudança, isso é, o progresso, deveria estar condicionada pela manutenção da ordem social. Sua opção era conservadora, pois admitia a mudança (progresso), mas limitava-a a situação que não alterasse profundamente a situação vigente (ordem).
Max Weber
Analisou a mudança social relacionada ao nascimento de uma sociedade capitalista. A ética protestante foi fundamental para a existência do capitalismo, pois proporcionou mais acumulação de capital ao valorizar o ostentatórios. Os trabalhadores por sua vez, passaram a ver o trabalho como um valor a si mesmo. Em uma sociedade administrada por diversos instrumentos controladores, a mudança estaria sempre limitada pela ação burocrática.
Karl Marx
Em seus estudos analisou a Revolução Francesa , mas a considerou puramente política, já que não alterou substancialmente a vida dos que nada tinham. De acordo com ele, apesar de ter sido fundamental para o fim do feudalismo , essa revolução foi parcial, pois, não emancipou a sociedade toda.
Para Marx o radicalismo de uma revolução está o fato de ela ser realizada por quem é maioria na sociedade. Só uma classe capaz de representar os interesses de libertação para todos pode liderar uma transformação, pois esta é sempre resultado dos conflitos entre as classes fundamentais da sociedade.
No capitalismo essas classes são a buguersia e o proletariado. E só o proletariado pode transformar essa sociedade.
Emile Durkheim:
Procurou analisar a questão da mudança social, observou que na historia das sociedades houve uma evolução da solidariedade mecânica (cada um sabe fazer quase todas as coisas que necessita para viver. Nesse caso, o que une as pessoas não é o fato de uma depender do trabalho da outra, mas a aceitação de um conjunto de crenças, tradições e costumes comuns.) para a orgânica (é o fruto da diversidade entre os indivíduos, e não da identidade nas crenças e ações. O que os une é a interdependência das funções sociais, ou seja, a necessidade que uma pessoa tem da outra, em virtude da divisão do trabalho existente na sociedade) por causa da crescente divisão do trabalho.
Isso se deu a fatores demográficos:
O crescimento populacional, que gerava uma concentração de pessoas em determinados territórios, ocasionava intensidade de interações, complexidade de relações sociais e aumento da qualidade dos vínculos sociais.
A maior preocupação de Emile Durkheim era as questões que envolviam a integração e as formas como cada solidariedade (orgânica e mecânica) se estabelecia em cada tipo de sociedade.
Modernização,desenvolvimento e dependência
Progresso e desenvolvimento talvez sejam as palavras que melhor expressam em nosso cotidiano, uma possível mudança social.
Após a segunda guerra mundial passou-se a perceber que as desigualdades entre as sociedades do mundo eram gritantes, e algumas grandes vertentes teóricas se propuseram analisar esse fenômeno, isto é, tentaram explicar porque algumas sociedades eram desenvolvidas e outras subdesenvolvidas.
A visão evolucionista da historia ganhou novo alento com as teorias da modernização, de acordo com as quais as mudanças movem as sociedades de um estágio inicial (tradicional) para um estágio superior (moderno), numa escala de aperfeiçoamento contínuo.
Alguns padrões foram utilizados pelas teorias de modernização de alguns sociólogos com de Emile Durkheim e de Max Weber, mas com uma nova maneira.
De acordo com essas teorias, as sociedades são tradicionais ou modernas conforme as características que adotam.
Como desenvolveram determinadas atitudes e comportamentos e não outros são responsáveis pela própria situação. Para se transformar, passando do estágio atual para o superior, uma sociedade tradicional precisa deixar suas características para incorporar as modernas.
De acordo com tais teorias, as sociedades tradicionais (atrasadas e subdesenvolvidas) devem seguir o exemplo e os mesmos passos históricos das sociedades modernas (industrializadas e desenvolvidas).
Passariam ter uma mudança social quando os indivíduos deixassem as características tradicionais e passarem a internalizar as modernas. Assim, desde que os valores tradicionais fossem superados, ocorrendo uma evolução social modernizante.
Com as criticas mais gerais, essas teorias são etnocêntricas, pois a maioria das nações do mundo não seguiu as mesmas trajetórias históricas que as sociedades ocidentais. Ademais, tais teorias definem a trajetória de todas as sociedades como se fosse linear, ou seja, presumem que as sociedades modernas de hoje foram um tradicionais e se modernizaram porque mudaram seus pensamentos e sua maneira de ver o mundo. A ênfase é posta na cultura e na visão de mundo das pessoas e dos grupos sociais, os quais, para mudar, precisariam seguir as mesmas trajetórias que as atuais sociedades modernas.
Teoria do subdesenvolvimento e da dependência
Vários autores na década de 1960 faziam uma analise critica da teoria de modernização, procuram a questão da diferença entre os países por outro lado que foi a historia, economia e política entre países. A pergunta era a mesma. Porque os países da America latina eram subdesenvolvidos. De acordo com o ponto de vista econômico da (Cepol) da (ONU), havia uma troca desigual dos termos de intercâmbio.
Historicamente é explicado por divisão internacional do trabalho em que os países periféricos (dominados) vendessem aos países centrais (dominantes) produtos primários, e matéria primas e comprar produtos industrializados, com o tempo foi necessário que os países periféricos vendessem mais os seus materiais para pagar a mesma quantidade de material industrializado e assim enriquecendo os ricos. Os países periféricos e centrais tiveram um passado diferente. Os países europeus foram a metrópoles no período colonial enquanto os da America latina foram às colônias e depois da independência passaram a ser dominados economicamente pela Europa e EUA, isso prejudicou a autonomia da America latina.
Um grupo de sociólogos em que tinha Fernando Henrique Cardoso e o chinelo Enzo Falheto propôs uma explicação mais detalhada, um movimento que gerou a dependência da America latina a parti da década de 1960, houve uma mudança no Chile, Brasil, Argentina e México que foi a internalizarão da produção industrial, isso ocorreu com a aliança de empresários estrangeiros e nacionais e o estado nacional.
Os produtos industrializados que vinham dos países desenvolvidos agora eram fabricados nos subdesenvolvidos era mais barato, alem disso a produção local, não tinha gasto com o transporte. Mas o fundamental era que as matérias primas estavam mais próximas, a força de trabalho mais barata, o estado não cobrava imposto e construía uma infra-estrutura para as indústrias. Essas teorias procuram explicar as diferenças entre os países, as possibilidades de mudanças e situações e condições possíveis para que isso acontecesse no sistema capitalista.